domingo, 21 de março de 2010

Encontros nem tanto Inusitados - Parte I

Uma coisa é certa nessa vida: o ser humano sempre quer mudar alguma coisa. Seja seu corte de cabelo, seja seu estilo de vida, seja sua condição financeira. Claro que falar é muito mais fácil do que fazer. Por exemplo: todos nós já fizemos promessa de levar uma vida mais saudável, mas dificilmente conseguimos levar esse novo estilo de vida por mais que 2 meses.


O caso é que existem ainda nessa vida as pessoas que de tão entusiastas não se contentam apenas com as mudanças que vislumbraram para sua própria vida, e começam a querer mudar a vida dos outros. Veja essa história:


Lucila estava curtindo sua solteirice a algum tempo já... mas parece que quanto mais ela curtia essa fase, mais as pessoas insistiam em querer tirar ela dessa.


Perdeu as contas de quantos convites recusou de encontros arranjados por essas pessoas. Até que um belo dia desistiu de dizer não.


O primeiro, digamos assim, “jantar” arranjado, foi na casa de um casal de amigos, que insistiam em apresentar um amigo “solteirão” da família. Logo ela começou a imaginar o que haviam dito para o tal solteirão: “Lucila é uma mulher bonita, independente, mas coitadinha, não consegue ter sorte com seus relacionamentos. Com você isso poderia ser diferente...”


Logo que conheceu o pretendente no jantar não precisou de mais de 5 minutos para entender o porquê o cara ainda estava solteiro. O problema não era a aparência, não era mau hálito e não era convicção de que casamento é o fim da picada. O grande problema era a chatice crescente que provavelmente só a mãe do cara deveria aguentar.


Nem preciso dizer que o jantar só foi bom porque ela reviu o casal de amigos dedicados dela.


Um belo dia, Juliana disse que precisava apresentar um primo para Lucila e garantiu que os dois se pareciam muito. Que ele não era chato e que era interessante. Lucila tentando se esquivar da situação, disse que não estava interessada e deu uma bela de uma desculpa mega esfarrapada.


Mas, como Juliana conhecia muito bem Lucila, não engoliu a desculpa e simplesmente passou o e-mail da Lucila para Arthur.


Continua...

terça-feira, 19 de maio de 2009

Quando o senso da noção é perdido

Por vezes me pergunto o que aconteceu com o senso da noção das pessoas. E sem querer ser feminista, geralmente, essas pessoas são homens...


Por volta das 19 horas Lucila sentiu seus ombros queimarem, tinha trabalhado o dia todo em um cliente daquela cidade interiorana e ainda havia muito trabalho por fazer. Não agüentou muito tempo, era hora de descansar. A noite caia fria e escura, um hotel impessoal a esperava para companhia.


O quarto 204, de costume estava a sua espera. Chegou, tomou um banho e subiu ao restaurante. Tudo o que ela mais queria era tomar um prato de sopa e um sono tranquilo. Porém algo mais estava a sua espera naquela noite.


Ao entrar no restaurante, percebeu que apenas uma mesa estava arrumada para o jantar, todas as outras estavam ou ocupadas ou já usadas. Próximo à mesa arrumada, estava um homem de meia idade, jantando. Ao passar por ele, percebeu que o mesmo parou e se virou para ela. Ela continuou, pegou seu prato, se serviu. Seus desejos estavam começando a se realizar para aquela noite, e por isso não fez questão de tomar conhecimento sobre o mundo que acontecia a dois passos dela e de seu prato de sopa.


O homem que estava sentado próximo se virou e puxou papo.

-- Boa noite? - Disse.

-- Boa noite. - Respondeu Lucila sem querer parecer mal educada. Na verdade ela não estava com a menor vontade de conversar.

--Você é daqui? - Insistiu.

-- Não. Curitiba. - Respondeu olhando para o prato e pensando “idiota, se eu fosse daqui o que estaria fazendo em um hotel”?


Ao levantar o rosto percebeu que o simpático homem já havia se mudado para sua mesa.

-- Você está acompanhada? Eu sou de Umuarama, meu nome é Jonas, estou aqui a trabalho... – Contou animado.


E entre uns “Hummm”, “Aham”, “Sim” e “Não” dela, Jonas contou sua vida, seus negócios, tudo e mais um pouco.


E Lucila só pensava “por favor a conta, por favor a conta, quero ir pro meu quarto, pare de falar seu mala!!!!”. Parece que suas preces foram ouvidas, mas alguém quis sacanear ela.


-- Quando meu cliente não está aqui, não tenho com quem sair, porque eu e você não vamos dar uma volta na cidade? – Sugeriu Jonas olhando para ela com cara de lobo mal.


Ela surpresa com a proposta indecente, se engasgou com a sopa, mas mesmo assim sorriu e disse: “Não obrigada.”. Na verdade a mente dela gritava: “Seu velho safado, sem vergonha, ta pensando que eu sou o que? Prostituta?”


Quando a ultima colherada de sopa foi dada, ela já se levantando, a garçonete traz as pressas a nota para que fosse assinada.


Na nota, em letras garrafais, estava o numero de seu apartamento. Despediu-se secamente do indesejado acompanhante e foi para seu leito descansar.


Pensando que tudo voltara ao seu devido rumo, que seus desejos poderiam continuar se realizando... o telefone do quarto toca. Lucila olha para o telefone, desejando que se calasse, mas atende assim mesmo.


-- Pois não? – Educadamente atende.

-- Oi. Aqui é o Jonas. Queria saber se eu não poderia ficar com seu telefone, ou passar ai para a gente se divertir um pouco??? – Diz alegre e saltitante o chato.


Nesse momento Lucila teve certeza de que se tratava de um sem noção desesperado. Foi então que respondeu gentilmente:

-- -- $&#@$!!!~&*@#$(@amp;#@$!!!~&*@#$(@GMNU"


Ao desligar o telefone, pensou o quanto ela perdeu de sua paz, apenas por não ter falado o que ela pensava já no primeiro “Boa noite”.


Como se não bastasse, no dia seguinte pela manhã, acabaram se encontrando na recepção lotada do hotel. Jonas, nada esperto, resolveu tirar uma onda, e mostrar para o publico masculino presente que ele era realmente um cara sem igual, e disse: “olá!! Você não vai me dar seu telefone?” em alto e bom som.


Lucila, já sem paciência, decidida a esbofetear Jonas, pensou em ser gentil mais uma vez. E o fez da seguinte maneira:


-- Olha meu senhor, eu espero do fundo do meu coração que o senhor tenha uma filha, e que um dia ela tenha que estar no mesmo hotel que um velho safado, sem vergonha, como o senhor, esteja. E mais: -- Olha meu senhor, eu espero do fundo do meu coração que o senhor tenha uma filha, e que um dia ela tenha que estar no mesmo hotel que um velho safado, sem vergonha, como o senhor, esteja. E mais: $&#@$!!!~&*@#$(@amp;#@$!!!~&*@#$(@GMNU", enquanto eu me lembre!


Foi trabalhar leve e tranqüila, descarregou toda a sua carga negativa sobre aquele cara que não era apenas um sem noção, mas também havia perdido o senso dela a muito tempo.

Meus queridos leitores

Peço desculpas pelo blog estar tão parado... Prometo que vou postar logo logo histórias fresquinhas pra gente morrer de rir!!!

beijos

Brenda!

terça-feira, 17 de março de 2009

TIRANDO A PROVA DOS NOVE

Lucila arrumou-se apressada pra pegar aquela baladinha básica de sexta à noite. Clara já estava sozinha no lugar esperando por Lucila e Jú, que chegaram quase juntas.

Enquanto Clara, sozinha, aguardava as duas amigas, foi até o bar pegar uma bebida e conheceu um carinha bem interessante, Fabiano, o qual abordou-a de forma respeitosa e perguntou se poderia lhe fazer companhia até a chegada de suas amigas. Clara aceitou a companhia de Fabiano e então sentaram-se numa mesa. Logo chegaram Lucila e Jú, que juntaram-se aos dois.

Papo vai, papo vem, entre os mais variados assuntos (desde decoração até relacionamento) todas logo perceberam que Fabiano estava arrastando as duas asas pra cima de Lucila.

Lucila não achou Fabiano feio, nem mesmo chato, pelo contrário, achou-o inteligente e com um bom papo. Talvez se achasse um pouco demais, mas não era isso que a incomodava. Lucila achou que ele tinha alguns trejeitos discretos e assuntos que indicavam que ele poderia ser gay, mas estranhava o interesse que estava demonstrando por Lucila. Aquilo era realmente contraditório e intrigante.

Logo chegaram Flávio e Rafael, que se juntaram à mesa e ao papo. Quando Fabiano levantou-se para ir ao banheiro, Flávio e Rafael disseram que tinham a mesma suspeita de Lucila: Fabiano era gay.

Então, após bastante conversa, o grupo dispersou-se, foram à pista, pois a balada era forte e não podiam ficar só no bate-papo. A noite pedia mais bebidinhas e a música na pista estava rolando solta.

Clara e Juliana estavam lá, mais ou menos sóbrias e dançandinho na pista. Lucila, no entanto, estava em outro clima, e pelo número de mojitos que bebeu, devia estar em outra dimensão também. Dançou muito, como se não houvesse amanhã. Mas a pergunta que não queria calar ainda ressoava em sua mente alcoolizada: “Seria mesmo Fabiano gay?”.

Foi então que viu Fabiano se aproximar, dançando de maneira sensual na sua frente, e Lucila resolveu tirar a prova dos nove. Começou a dançar com Fabiano, provocando-o, tocando-o, e estava sendo correspondida por ele. E o clima estava quente, Lucila já estava convencida que logo os dois estariam se beijando e que a sua suspeita era falsa.

A dança foi longe... e nada de beijo... Muito tempo depois, Fabiano aproximou-se do rosto de Lucila, encostou levemente seus lábios nos lábios de Lucila... e mais nada... Lucila, que esperava um longo beijo molhado, à altura da dança sensual que estava rolando, achou aquilo muito estranho.

Fabiano então chamou Lucila pra fora da pista. Lucila, curiosa, seguiu Fabiano até um lugar claro e menos barulhento. Foi então que Fabiano olhou pra Lucila e disse:

_ Hoje não vai rolar sexo, tááá?

Lucila, sem saber o que dizer, ficou olhando espantada pra cara de Fabiano, que acrescentou:

_ Minha casa está uma bagunça porque estou trocando as cortinas... então não vai rolar.

Lucila então resolveu esquecer sua noite temática cor de rosa e seguiu para sua casa, onde pôde adormecer e sonhar com um homem com H maiúsculo!
Fim

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

QUANDO O SANTO NÃO BATE...

Lucila odiava o melhor amigo do seu melhor amigo... Não adiantava, eles tinham tido um affair durante a faculdade, Lucila deu uns beijos nele naquela época, ele foi mega-ultra babaca, pois nem deu oi no dia seguinte. Depois disso, Lucila nunca mais conseguiu trocar duas palavras com ele.

Passados 10 anos, Lucila ainda era uma mulher encalhada... ou desencanada... (dependendo do ponto de vista), combinou uma balada com Alexandre, que também estava numa fase gandaia total e frisou:

Lucila - Alezinho, não vá levar seu amigo Juliano, hein??
Alexandre – Ih, Lucila, pior que já combinei com ele... quer que eu vá pra outro lugar?
Lucila – Hmmm.... Não, já passou tanto tempo... não dá nada...

Lucila estava na fila da balada quando vê Alexandre e Juliano chegando... já deu um ruim e Lucila teve certeza que seu santo definitivamente não batia com o santo de Juliano.

A noite foi boa, estavam numa turma grande, tudo muito divertido, regado a muito red bull com vodka. Eis que Lucila, que estava numa secura daquelas, num momento de cozidice e de muita carência, resolveu dar umas olhadas pra Juliano, mesmo convicta que seu santo e o dele não batiam... E Juliano, que não tinha nada a perder, estava retribuindo os olhares...

Até que Juliano deu uma investida mais pesada pra cima de Lucila e ela acabou cedendo... Mal terminaram o primeiro beijo, Lucila já começou a tagarelar, dizendo que ele tinha sido muito babaca com ela na faculdade há dez anos, relembrando tudo o que ele tinha feito pra ela. Juliano até tentou se explicar, mas acabou só piorando as coisas... Disse que não tinha falado com ela no dia seguinte porque estava com o pescoço roxo de um chupão que tinha levado no dia anterior que ficou com ela e não queria que ela visse. Por isso não falou com ela no dia seguinte.

Lucila ficou mais puta da cara ainda, falou tudo o que queria ter falado à época, mas não tinha tido oportunidade, nem coragem. Juliano acabou se desculpando, admitindo que tinha sido babaca. Lucila disse que o que ele fez não tinha desculpas, que ela não desculpava, mas que como já tinha decorrido muito tempo, isso já não importava mais (embora ainda estivesse remoendo toda a história...).

Juliano levou Lucila pra casa. Lucila não sabia bem definir o que tinha ocorrido ali, nem se tinha sido bom ou ruim.

No outro dia Juliano ligou pra Lucila e a convidou pra sair novamente. Lucila disse que não ia poder sair, deu uma desculpinha muito esfarrapada. No dia seguinte, Juliano ligou novamente e foi bem criativo na sua insistência... disse que Lucila tinha que sair com ele, porque ele tinha que desfazer a má impressão, cogitando a hipótese deles se encontrarem novamente dali há 10 anos e Lucila acusá-lo novamente de ter sido babaca no passado. Lucila então aceitou.

Juliano passou na casa de Lucila pontualmente na hora combinada, mas Lucila ainda remoendo toda aquela história e querendo dar uma de gostosa, deixou-o esperando 40 minutos.

Incrivelmente o encontro foi bem agradável e Lucila surpreendeu-se muito com Juliano, pois ele foi humilde (coisa que ele nunca tinha sido), gente boa e só conversou a noite toda, não tentou forçar a barra em nenhum momento. Só deu um beijo em Lucila quando deixou-a em casa.

No dia seguinte, Lucila tinha dito que viajaria, mas estava chovendo muito e resolveu ficar na cidade, mas sem avisar Juliano. Pegou uma balada com uma amiga recém solteira e não deu satisfação pra gatinho nenhum que estava na cidade, muito menos pra Juliano.

Mas no meio da noite começou a bater um arrependimento... Lucila estava na balada cheia de gatinhos, mas estava curiosa pra saber como a história com Juliano iria terminar. Resolveu mandar uma mensagem: “Não fui viajar. Estou aqui em Curitiba no lugar da última vez, vem pra cá”.

40 minutos depois, chega a resposta: “Pq não avisou antes? To na fila de outro lugar, tentei entrar aí e a fila estava mto grande”.

E assim sucederam muitas mensagens:

Lucila – “Não, tô com uma amiga aqui e não vou sair daqui. Fica pra próxima ;-)”.
Juliano – “Então vamos pra outro lugar”.
Lucila – “Pra onde?”
Juliano- “Vou onde vc quiser”.
Lucila- “Então vem pra cá”.
Juliano – “Não, praí não vou”.
Lucila – “Ué, vc não ia onde eu quisesse?”
Juliano – “Meu anjo, a fila aí está muito grande, sem condições de entrar”.
Lucila – “Então vamos todos pro boteco mais próximo, levo minha amiga e vc seus amigos”
Jiliano – “Não dá, meus amigos querem ficar aqui”.
Lucila – “Mas eu não vou deixar minha amiga sozinha e sair com vc”.

Jú, amiga de Lucila disse que logo ia embora e que Lucila podia combinar de sair com Juliano. Então Lucila voltou atrás:

Lucila – “Ta, então vem me buscar aqui e então resolvemos aonde vamos”.
Juliano – “Ok, tô saindo daqui, me espera aí na frente”.

E foi então que Lucila, depois de 50 minutos, conseguiu sair do local e se encontrar com Juliano. Entrou no carro e travaram uma longa discussão de para onde iam. Depois de milhões de sugestões, Lucila sugeriu um café e Juliano aceitou.

Chegando na frente do lugar, quando Lucila foi descer do carro e Juliano a puxou e começou a beijá-la vorazmente. Lucila curtiu e retribuiu aquela agressividade toda. Ficaram nos amassos selvagens por um longo período, até que veio a proposta indecente por parte de Juliano, queria sair dali de qualquer jeito. Propôs um motel, Lucila não aceitou. Propôs a casa dele, Lucila não aceitou. Propôs então a garagem do seu prédio, jurando de pé junto que nada demais ia acontecer, só iam pra lá porque ficar na rua era perigoso. Lucila concordou.

Foram então pra garagem da casa de Juliano... Lucila se perguntava mentalmente como aquilo estava acontecendo... indo pra garagem do cara que ela mais odiou durante toda a faculdade... mas tudo bem, ela estava carente e uns bons beijos não iam fazer mal...

E mal Juliano parou o carro, pulou pra cima de Lucila, continuando o que começaram na rua... alguns amassos depois, Lucila pediu um tempo, estava mal ajeitada, com calor... queria que Juliano saísse de cima dela um pouco... Juliano saiu, Lucila fechou os olhos alguns segundos tentando dar uma descansada, quando abriu novamente, para sua surpresa, lá estava Juliano, sem roupa nenhuma, olhando pra ela com cara de sexy...

Lucila olhou praquilo... Meu Deus... era muito pior que Lucila pensava... Juliano era magro... sempre foi... mas que barriga era aquela??? De onde surgiu aquilo?? E o que tinha entre as pernas era pior ainda... Lucila nunca tinha visto um tão pequeno... tamanho PP...

Lucila não sabia onde estava com a cabeça de ter ido tão longe... mas sabia muito bem onde Juliano queria colocar a dele... Lucila não teve outra alternativa. Recusou-se a tirar qualquer peça de roupa. Não podia simplesmente ir embora, mas aquilo já tinha ido longe demais. Não podia dar pro cara mais babaca da faculdade sem mais nem menos, ainda mais depois da imagem desanimadora que tinha acabado de ver.

Não conseguiu ir muito adiante, falou pra Juliano que precisava ir embora, afinal já era 5h da manhã. Juliano vestiu-se, Lucila ajeitou-se, ele ligou o carro, mas desligou na mesma hora.

Lucila - Que foi?
Juliano – Sei lá, tô me sentindo um pouco usado...
Lucila (não acreditando) – Hããã?
Juliano – Depois de tudo o que aconteceu aqui, vc não me deu nenhum abraço.
Lucila (como assim??) – Hmmm... ta, vem cá...

Deu o abraço mais falso do mundo em Juliano e pediu encarecidamente que ele a levasse embora.

Juliano a levou embora, insistiu que Lucila saísse com ele no dia seguinte. Mas Lucila disse que no dia seguinte eles combinavam, porque ela não sabia se queria sair...

Lucila foi pra casa, desligou o celular e só tornou a ligá-lo dois dias depois. Nunca mais soube de Juliano.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

O MUNDO DA VOLTAS - Parte II (Final)

Lucila, sem querer imaginar no que poderia acontecer, pegou o carro e foi de encontro a Rafael. Chegando lá, ele a aguardava na porta do bar, visivelmente ansioso.


Não tardou muito para o beijo acontecer e os dois perceberem que uma química incrível acontecia entre os dois. Os beijos começaram a ficar mais quentes, até que Lucila já não controlava mais situação alguma. Então foi a hora de Rafael dar o bote.


-- “To sozinho em casa. Bem que poderíamos terminar isso la.” – Rafael, o safado, propõe.

Lucila não estava mais nem ai para o que iam pensar ou não! Estava na hora de aproveitar a vida e o que ela tinha a oferecer. Aceitou.


Chegaram ao apartamento de Rafael, que conduziu Lucila para seu quarto. Lucila sentou-se na cama, e observava tudo. Rafael ainda era o filhinho da mamãe. Uma criança. Quarto de solteiro ainda adolescente. Resolveu não reparar mais para não perder o tesão.


Rafael diminuiu as luzes, colocou um som, e partiu para o ataque. O clima esquentando, esquentando, esquentando, até que uma famosa frase é dita:


-- Isso nunca aconteceu comigo antes. Acho que estou cansado. – Rafael totalmente sem jeito.


Na cabeça de Lucila passavam milhões de coisas, mas pela boca saiam outras.


-- Imagina Rafa, isso acontece, não fica assim. É normal... – Consola Lucila, mas na sua cabeça: “Pelo amor de Deus! Que brochada animal ein? Ta precisando de um viagra mocinho. Nossa! Tão novo e já com esses problemas.”

Lucila vestiu-se e foi embora. Daquele momento em diante esqueceu que Rafael um dia existiu.


Realmente... o mundo da voltas.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O MUNDO DA VOLTAS - Parte I

Lucila era complexada com muitas coisas, e isso de fato era reflexo da sua adolescência conturbada. Na escola, ela era a menina que todos tiravam sarro. Aparelho, gordinha, descabelada, sem grandes vaidades.


Sonhava em ser esbelta como as amigas, em fazer sucesso, em ser notada. Odiava e adorava as festas americanas, pois ao mesmo tempo em que ela encontraria Rafael, sua paixão platônica, também tomaria o costumeiro chá de cadeira.


Rafael era moreno, olhos claros, bonito, atleta, e obviamente não sabia que Lucila existia. Fazia sucesso com as meninas, dançava bem, era articulado e inteligente, enfim, perfeito.


Lucila sonhava com Rafael todos os dias, esperava ele passar por ela no intervalo apenas para acompanhar seu sorriso costumeiro. Seus 13 anos eram vividos cheios de duvidas, mas aquele momento do dia era o momento da certeza. Certeza de que era de Rafael que Lucila gostava.


Um belo dia, Lucila acordou totalmente deprê e prometeu que falaria com Rafael custasse o que custasse. No mesmo bat-horário, no mesmo bat-local, coração na boca, aponta Rafael no fim do corredor. Lucila sem saber onde enfiar a cara preparou-se e tropeçou no Rafael. Enfim as primeiras palavras: “Se liga guria! Olha pra onde anda sua mané!”.


Rafael era realmente um amor de pessoa. Lucila correu para o banheiro, se trancou e caiu em prantos.

Alguns meses depois, em um sábado de sol, Lucila foi convidada por uma amiga a freqüentar um grupo de escoteiros. Ao chegar no local, muitas crianças, muitos adolescente, muitos adultos. Parecia ser divertido, mas de repente, um frio cruzou sua espinha. Lá estava ele com os meninos, Rafael, que já tinha esquecido da existência de Lucila.


Os anos se passaram, Lucila já não era o patinho feio que era. Transformou-se em mulher. Mais segura. Mais dona de si. Saiu do escoteiro aos 19 anos e perdeu contato com a maioria dos colegas. Sua vida tomava um novo rumo.

Lucila se tornara uma ótima profissional e recebeu um convite para trabalhar em outra cidade. Resolveu então dizer tchau para todas as pessoas que marcaram a vida dela. Convidou família, amigos, e claro Rafael.


Muita gente que não a via há muito tempo espantava-se com a mudança. Já não existia mais aparelho dentário, corpo desengonçado, cabelo mal cuidado. Lucila se divertia muito com todos até que chegou Rafael na festa. Rafael já não estava mais com tudo em cima. Tinha engordado, perdido um pouco de cabelo. Realmente o tempo é cruel. Não perdoa mesmo.


Naquele momento Rafael lembrou-se que Lucila existia. E vejam só! Era uma belíssima mulher.


Meses depois da festa, Lucila resolve voltar para Curitiba. A vida dela estava aqui. Mandou um e-mail para seus amigos avisando que estava voltando, e que adoraria rever todo mundo. Surpreendentemente ela recebeu apenas uma resposta que a fez esfregar os olhos para ter certeza que não era miragem. Rafael estava dando mole para ela.

Com um sorriso no canto da boca, Lucila pensou: “se ele pensa que eu sou aquela bobinha, ele não sabe o perigo que está correndo...hehehehe”.


Ao voltar para Curitiba, não tardou receber uma ligação de Rafael com convites e mais convites. Até que um dia, Lucila resolveu aceitar.


-- “Ta bem Rafa, onde te encontro? Estou sozinha, minhas amigas estão viajando, então não me deixe sozinha no bar ein?” – adverte Lucila.

-- “Só um louco a deixaria sozinha Lucila...” – responde Rafael.


Continua...